6 de novembro de 2013

Chuva sólida: solução para as secas?



As secas são fenômenos que trazem grandes prejuízos na agricultura, por prejudicar o crescimento e desenvolvimento das plantas.  Além, disso, segundo a ONU, a maior parte da água doce do planeta vai para a irrigação do solo. Pensando em minimizar os efeitos da seca sobre as plantas cultivadas e na economia de água, Sergio Jesus Rico Velasco, um engenheiro químico do Instituto Politécnico Nacional do México, criou um pó de “chuva sólida”, que é um produto com a capacidade de absorver uma grande quantidade de água e ir liberando no solo aos poucos, mesmo durante a seca. 

A chuva sólida nada mais é do que um pozinho branco constituído por uma substância química denominada poliacrilato de potássio. Depositado no solo, próximo às raízes da planta, o material é capaz de libertar lentamente a água que acumula, suprindo as necessidades dos vegetais e minimizando os efeitos de um possível estresse por falta de chuva. Os estudos indicam que o produto é capaz de manter as plantas túrgidas por até um mês de estiagem. 

A formação da chuva sólida pode ser realizada na propriedade rural e ser depositada na lavoura já com o acúmulo de água sólida, ou então a sua formação pode se dar diretamente na lavoura pela retenção de água das próprias chuvas. Um litro de água é absorvido por apenas 10 gramas do produto, resultando na então chamada chuva sólida. A empresa recomenda usar cerca de 50 kg do produto por hectare (10 mil metros quadrados). Embora essa quantia custe cerca de US$ 1.500 (o equivalente a R$ 3.500), a chuva sólida pode durar de 8 a 10 anos no solo, dependendo da qualidade da água. 


O engenheiro vende a "Chuva Sólida" no México há 10 anos. Mas só agora ganhou os noticiários internacionais, principalmente porque o governo testou o produto e conclui que a colheita pode ser ampliada em cerca de 300% quando a chuva sólida é misturada ao solo. Segundo Edwin González, vice-presidente da empresa Chuva Sólida, o produto é natural e não prejudica o solo, mesmo sendo usado por vários anos. Ele afirma que o produto não é tóxico e que, ao se desintegrar, o pó se torna parte das plantas. 

Porém, ainda existem algumas dúvidas de que o produto possa ser prejudicial em tempos de seca muito forte, como aponta a professora Linda Chalker-Scott, da Universidade de Washington. Ela contesta o uso do produto, afirmando que, quando ele começa a secar, ele suga água do solo, agindo no sentido oposto. Mesmo com essas questões levantadas, a empresa vem recebendo milhares de pedidos vindos de locais áridos, incluindo Índia e Austrália.


Mais informações sobre a Chuva sólida: http://www.silosdeagua.net/