A sustentabilidade, atualmente, é parte integrante da estratégia de um número crescente de empresas. Esse fenômeno vem sendo capturado por diversas pesquisas e estudos realizados por consultorias globais. Uma delas, feita pela britânica Grant Thornton, mostra que 52% das companhias ouvidas adotaram tecnologias limpas com o intuito de reduzir seus custos de operação. Outras 45% optaram por essa via como forma de ampliar sua lucratividade. Aqui no Brasil, essa onda também é cada vez mais forte.
É bem verdade que essa mudança de postura não ocorreu da noite para o dia nem foi fruto de um voluntarismo empresarial. Além da cobrança dos acionistas, a sociedade vem se mostrando cada vez mais vigilante em relação ao mundo corporativo. Na linha de frente estão as ONGs, vigilantes elas já desmascararam inúmeras empresas que tentaram surfar na onda do ambientalmente correto com o intuito de "lavar sua imagem".
As corporações são, de fato, mais sensíveis à pressão da sociedade. Mas os governos não ficam atrás. Alguns exemplos recentes indicam que mais que um fórum como a Conferência Rio+20, a mobilização da população pode, em muitos casos, apressar o ritmo da marcha rumo à economia verde. Exemplos recentes ocorreram tanto no Brasil, com a campanha maciça de veto a alguns artigos do novo código florestal, como no caso do fechamento de usinas nucleares, na Europa. Na Alemanha, onde esse programa está mais adiantado, acaba de ser batido o recorde de geração de energia solar. Essa modalidade mostrou, na prática, que é capaz de garantir metade das necessidades energéticas do país.
A Rio+20 pode não ser um fim em si mesma. Mas o início de um novo processo de conquistas em pro da preservação do planeta. E nessa onda, empresas, governos e a sociedade, devem surfar juntos.